[:pt]Conforme estudo divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), no último dia 5 de junho, a Unicamp foi a instituição brasileira com o maior número de patentes depositadas em 2017, com 77 pedidos de patente. Além desse número, a Unicamp tem participação no desenvolvimento de outras 3 tecnologias depositadas junto ao Instituto, em colaboração com outras instituições. No ano anterior, a universidade havia conquistado a segunda colocação no ranking, com 62 pedidos.

“Essa liderança demonstra a nossa capacidade de transformar invenções e resultados de pesquisas em propriedade intelectual, que se torna, de fato, um bem da universidade a ser transferido para o mercado, transformando-se em um produto que vai beneficiar a sociedade”, afirma Newton Frastechi, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, órgão responsável pela gestão do portfólio de patentes da universidade. Ele comemora o resultado, reiterando que a conquista foi possível devido à cultura de inovação entre docentes e pesquisadores da Unicamp, assim como as boas práticas ligadas à propriedade intelectual realizadas pela Inova.

No ranking de 2017, também figuram, respectivamente, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Paraíba e Universidade de São Paulo (USP). “Eu sempre ressalto que, por exemplo, dentre as 10 maiores patenteadoras do Brasil, em 2016, 9 eram universidades públicas. A gente espera que a indústria, setor responsável pela produção, desenvolva um número maior de inovações tecnológicas, o que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos”, ressalta Frateschi.

Para Patrícia Leal Gestic, diretora de Propriedade Intelectual da Inova Unicamp, a conquista do primeiro lugar é importante para demonstrar que os docentes e pesquisadores da Unicamp trabalham em sinergia com os desafios tecnológicos enfrentados pelas empresas. “Mostra que a universidade, além de formar recursos humanos de qualidade e atualizados, está desenvolvendo pesquisas inéditas e que agregam valor”, defende.

A análise dos números divulgados pelo INPI é importante, na opinião de Patrícia, porque a Propriedade Intelectual tem relação direta com a inovação e, consequentemente, com o desenvolvimento dos países. Em outras palavras, a relação entre desenvolvimento e o número é direta. “Os países com maior número de patente são, justamente, aqueles de primeiro mundo”, aponta.

De acordo com o Instituto, houve aumento ainda no número de patentes depositadas também por empresas nacionais. O estudo analisou também o volume de pedidos de patente no Brasil entre as empresas estrangeiras. Dentre elas, quem lidera o ranking de empresas internacionais são as norte-americanas Qualcomm, com 682 depósitos, e a Dow Chemical, com 419 pedidos. “A postura da Qualcomm agora, como uma grande depositadora de patente, é algo muito bom porque mostra que eles querem fazer negócios no Brasil e que estão apostando no nosso desenvolvimento socioeconômico”, comenta Frateschi.

Esforços para internacionalização das patentes

Com foco na globalização, a proteção internacional da propriedade intelectual ganha posição cada vez mais estratégica. Exemplos disto são os esforços para se aprovar programas em colaboração com outros países. Entre eles, o INPI lançou um projeto para facilitar a inserção de patentes brasileiras em mercados exteriores, por meio da diminuição das taxas para PCT (Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes), do qual 152 países são signatários. O BRICS – bloco econômico composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – já aprovou a proposta brasileira. A redução facilitaria a proteção de tecnologias destes países em outros territórios.

Outra novidade é que o INPI e o Escritório Japonês de Patentes (JPO) já formalizaram um projeto piloto para fast track (PPH). Com isso, as tecnologias brasileiras teriam proteção prioritária no país. Também de olho neste mercado, a Inova Unicamp vai realizar, em breve, uma visita ao JPO, além de participar de treinamento na AOTS (The Association for Overseas Technical Cooperation and Sustainable Partneship). O objetivo é adquirir conhecimento na legislação e nos trâmites locais voltados à proteção da propriedade intelectual e à transferência de tecnologias.[:]

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